10 junho 2008

Livre como o vento...

Hoje cumpri a penosa tarefa de abreviar a agonia de um fiel amigo.
Surgiu, há alguns anos atrás, sempre furtivo, até estabelecer-se uma confiança mútua, vindo a deixar-se capturar.
De porte franzino, ficou-lhe o apodo de Nino, de pequenino. Inteligente e vivo, mas também humilde e leal, foi um dedicado companheiro dos últimos anos.
Dos tempos de abandono e errância, provavelmente, contraiu a insidiosa leichmaniose.
Repousa agora no solo da Quinta onde encontrou guarida, junto do caminho que terá calcorreado vezes sem conta, livre como o vento...
Prefiro recordá-lo, como naquela ocasião em que em louca correria colidiu comigo, ficando ambos estatelados, embrulhados numa indizível fraternidade.
Gostaria de imaginá-lo, liberto das peias terrenas, a vaguear pelos espaços siderais, como a estrela mais brilhante ( Sírius) da constelação do Cão!